Nada melhor do que começar os trabalhos do blog com o livro que deu origem a ele: Admirável Mundo Novo, obra de ficção distópica do inglês Aldous Huxley (1894-1963).
A estória se passa em 632 depois de Henry Ford, a principio numa sociedade "civilizada" e inacreditavelmente organizada sob valores invertidos e um ópio poderoso, o soma. Aldous nos apresenta esse mundo futurista nos explicando como é o processo de reprodução criado em laboratório e como são separadas e definidas as classes sociais antes do nascimento. Depois, nos é mostrado o condicionamento feito as crianças, para que estas aceitem como "verdade absoluta" tudo o que a sociedade impuser quando adultas.
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Minha versão do livro com muitas marcações :D |
Bernard Marx, que diz não precisar de soma para viver e parte da alta sociedade, é psicólogo nesse centro de reprodução e motivo de chacota entre seus colegas, por ser extremamente tímido com as mulheres e ter estatura abaixo da normal para sua classe.
Ele começa a sair com Lenina, uma jovem bonita e desejada entre os rapazes. Bernard tem que viajar até uma reserva de "selvagens" (pessoas que optaram por viver em aldeias e com pouca tecnologia) e convida Lenina.
Na aldeia dos "selvagens", eles conhecem John, no livro referido como o Sr. Selvagem, um homem que impressiona pela beleza (mesmo naquela aldeia pouco evoluída) e modos/valores "antiquados". John é chamado a conhecer a civilização e seu encantamento pela cidade e por Lenina é de uma doçura inocente e cheia de dúvidas por causa da inexperiência.
A sociedade distópica de Huxley entra em polvorosa quando o selvagem se demonstra tão diferente.
O que eu acho mais interessante é como Huxley vai nos nos mostrando os passos para criar uma sociedade doente, com laços afetivos de papel, onde a base para a sua conservação é a distração das massas, seja com jogos super tecnológicos ou com o soma, que tem seu uso fortemente incentivado, principalmente quando se está pensando muito "em coisas que não se deve" ou se está triste. Livros, cultura ou qualquer coisa que estimule o intelecto para a reflexão sobre algo do cotidiano são desestimulados, sedimentando o sistema e permitindo que castas e imoralidades subversivas sejam aceitas.
Há também traços feministas no livro, quando Bernard olha para Lenina, que está sendo o centro das atenções por causa da sua beleza, e ele chega a conclusão de que "ela não sabe que está agindo como um pedaço de carne, apenas para ser consumido, por isso age assim".
O mais assustador é ver como nossa sociedade está ficando muito próxima desta distopia. Estamos cada vez mais mecanizados e condicionados ao um único pensamento comum.
Espero que tenham gostado. A minha edição é da Editora Globo ironias, 11ª reimpressão, feita em 2012.
Para uma análise mais profunda sobre a obra, clique aqui.
Allons-y :D
Adorei o post, continue com o blog (:
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